Contando, ou melhor, cantando, piadas, os Mamonas Assassinas transformaram-se no maior fenômeno pop da música brasileira em todos os tempos. Em apenas oito meses, venderam dois milhões de cópias do disco de estréia e bateram o recorde nacional do rock, o disco Rádio Pirata ao vivo, do RPM. Com isso, o Brasil ficou pequeno para eles. E quando estavam próximos de serem recebidos pela porta da frente em Portugal, a tragédia alcançou o conjunto.
Na trajetória, interrompida com o acidente do dia 3 de março, no qual os cinco integrantes faleceram, os Mamonas mostraram uma nova face do público brasileiro, principalmente infantil: o gosto pelas letras bem humoradas, beirando a obscenidade. Aliás, fórmula que já havia sido testada, se bem que com eficiência menor, por grupos como Ultraje a Rigor e Língua de Trapo.
Os Mamonas até que tentaram ser sérios. Começaram como Utopia, grupo formado em 1989 pelos irmãos Sérgio e Samuel Reis de Oliveira, onde tentavam compor um rock mais cabeça, se assim podemos dizer. As letras fugiam totalmente ao escracho. “...Me coloco frente a frente com um espelho/E novamente me apanho fingindo/ Para mim mesmo mentindo/De mim mesmo fugindo...”, da música “Horizonte Perdido” é um exemplo disso.
Além de composições próprias, o grupo incluía nos shows covers de outras bandas, como Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii e Red Hot Chilli Peppers. E quando precisavam, tascavam uma música sertaneja e até mesmo um pagode (“Lá Vem o Alemão” lembra alguma coisa?).
As apresentações, em sets de 45 minutos, mais ou menos, eram ideais para que, durante os intervalos, eles aproveitassem para entreter o público com algumas brincadeiras e músicas escrachadas, aproveitando o talento do vocalista Dinho para assumir o posto de comediante.
O estranho é que a platéia parecia preferir a brincadeira. “Nós tocávamos covers e músicas próprias. O pessoal aplaudia, tal, mas quando a gente começava a digamos assim brincadeira, era um sucesso total. A gente achou estranho, mas resolveu continuar. Depois que a gente tocava “Pelados em Santos”, que eu já tinha composto nessa época, a platéia estava ganha. A gente podia tocar o que fosse que todo mundo passava a gostar. Eu lembro de uma vez que depois de tocar “Pelados em Santos”, a gente tocou “Sad But True”, do Metalica, que é uma música pesada e eu fiquei pasmo. Na platéia, até um casal de velhinhos começou a acompanhar a música com palmas”, explicou o vocalista Dinho.
Bjss
Luna e Marina
domingo, 3 de maio de 2009
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