domingo, 3 de maio de 2009

O estouro

Em junho de 1995, “Vira-Vira”, uma paródia sobre as composições de Roberto Leal, na qual o vocalista encarna um português de anedota, chegou às rádios de São Paulo. A história de Manuel, que, convidado para uma suruba e impedido de comparecer, resolve mandar a mulher em seu lugar, não deixa ninguém indiferente. A letra: “Fui convidado para essa tal de suruba/Não pude ir, Maria foi em meu lugar/depois de uma semana ela voltou para a casa toda arregaçada não podia nem sentar...”, caiu no gosto do público que começou a pedir mais.
Após o estouro de “Vira-Vira”, as outras seguiram o vácuo: “Chopis Centis”, “Sabão Crá-Crá”, “Mundo Animal”, “Pelados em Santos”, “Robocop Gay”.
Os shows, à mesma medida foram ganhando audiência, e valor. No começo, cobravam R$ 8 mil por apresentação e no final de fevereiro a cifra já chegava aos R$ 70 mil. Fizeram-nos em um número redondo nessa caminhada, 200, sendo 163 apresentações somente no estado de São Paulo. Levaram a alegria ao Brasil inteiro, ou quase (não tocaram apenas nos estados do Acre e do Tocantins), mas mesmo assim também lá deixaram sua marca.
E após uma dessas apresentações, no conto de fadas que parecia a história do conjunto, o vilão mata o mocinho e traz um triste final. O avião chocou-se contra a Serra da Cantareira, em São Paulo, pertinho da casa deles, em Guarulhos, e interrompe o grande fenômeno da atual música brasileira. Um dia antes da viagem a Portugal, onde iriam, certamente, abrir as portas para esse novo rock bem-humorado brasileiro. E pouco antes das férias que eles programavam antes de gravarem o segundo disco. Mas restam a música e a fórmula que Dinho encontrou para explicar o sucesso dos Mamonas. “Faze­mos só o que nos diverte”, resumiu o vocalista em uma de suas últimas entrevistas.


bjss

Luna e Marina

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